Iniciamos
nossa viagem na Pré-História, o período que antecede a utilização da escrita.
Ela é subdividida em Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais.
O
Paleolítico se estende desde o surgimento do homem até cerca de 10 mil a.C.
Esse período é caracterizado pelo domínio do fogo e pelo nomadismo.
O Neolítico
compreende o período entre 10 mil a.C. e 4 mil a.C. e é marcado pela revolução
agrícola, onde o homem passou a intervir decisivamente no meio ambiente,
passando a depender cada vez mais das mãos produtoras, e, conseqüentemente,
tornando-se sedentário. Nesse período, a preocupação com a agricultura, com a
pecuária e com o controle de excedentes tornou a vida espiritual mais complexa.
Os ritos mágico-religiosos expressavam essa preocupação. Os menires[1] e
os dólmens[2]
eram monumentos que possuíam significação religiosa e faziam parte do cenário
desses ritos (COTRIM, 1999).
A Idade dos
Metais, uma transição entre a Pré-História e a História, foi caracterizada pelo
grande avanço tecnológico que deu origem à metalurgia, substituindo, aos
poucos, os utensílios de pedra por utensílios de metais. Inicialmente o cobre
era o metal mais utilizado. Posteriormente, a mistura de cobre e estanho deu
origem ao bronze, uma liga mais dura que o cobre. E, por volta de 1500 a.C.,
teve início a metalurgia do ferro. Os utensílios metálicos possibilitaram um
aumento da produção agrícola e artesanal. Nesse período, as classes sociais
surgiram como resultado da divisão social do trabalho (COTRIM, 1999).
A
observação de ciclos naturais pelo homem pré-histórico foi fundamental para a
transição do nomadismo para o sedentarismo. O primeiro ciclo natural observado
foi o período claro/escuro, correspondente a dia/noite. E, no decorrer dos
anos, observaram os períodos de chuva, de estiagem, os períodos nos quais as
plantas floresciam e nos quais seus frutos amadureciam (MARTINS, 1998).
A ruína
pré-histórica mais fascinante é um elaborado dispositivo de observação do
tempo. O Stonehenge, um grande monumento megalítico localizado na planície de
Salisbury[3],
constituído por dólmens e menires, desafiou antropólogos e arqueólogos por
muitos séculos. Somente com o desenvolvimento do método de datação com o
carbono-14 foi possível estabelecer datas aproximadas para a construção desse
monumento (cerca de 4000 anos atrás). A partir de observações astronômicas
concluiu-se que, além de servir como santuário para mortos, o Stonehenge estava
alinhado com Solstício de Verão, ou seja, no dia 21 de junho[4] os
raios solares chegam verticalmente ao paralelo 23°27’N (trópico de Câncer). É o
dia mais longo e a noite mais curta do ano, marcando o início do verão no
hemisfério norte. Nesse dia é possível observar o nascer do sol em perfeita
exatidão sob a pedra principal. Como o Sol só nascia nessa posição uma vez por
ano, o Stonehenge foi utilizado para a contagem de ciclos, que tinham início no
solstício de verão (JESPERSEN e RANDOLPH, 1999). A Figura 01 mostra o solstício
de verão do ano de 2006.
Figura 01 – O
Stonehenge num
Solstício de Verão
Fonte:
http://apod.nasa.gov
Embora o
Stonehenge tenha ajudado na observação de ciclos, foi somente nas civilizações
antigas que surgiram os primeiros relógios, calendários e questionamentos
acerca da definição de tempo. A previsão da época ideal para o plantio e para a
colheita foi o principal objetivo do estudo do movimento dos astros.
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